Lei para banir TikTok nos EUA pode inspirar Brasil contra Musk, diz professor
- 25/04/2024
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A aprovação de uma lei que força o TikTok a vender sua operação nos EUA caso não queira ser banido do país abre um precedente perigoso que pode ser usado por outros governos contra redes sociais que estejam "dando trabalho" -inclusive pelo Brasil no atual embate com o X, ex-Twitter, de Elon Musk.
A opinião é de Anupam Chander, pesquisador do Centro Berkman Klein para internet e sociedade, de Harvard, e professor de direito e tecnologia na Universidade Georgetown, em Washington.
Chander é autor do livro "The Electronic Silk Road" (a rota da seda eletrônica), em que analisa a relação entre o direito e o comércio global pela internet.
O especialista afirma que as mesmas preocupações usadas pelos EUA contra o aplicativo chinês -propaganda e vigilância- podem ser aplicadas a outras redes, lembrando as acusações de interferência russa na eleição americana de 2016 por meio do Facebook.
"Não tivemos um relato público dos perigos reais, não hipotéticos, apresentados pelo TikTok. A lei cria um precedente que pode desfazer a internet global e, portanto, é imprudente para os EUA, que há muito tempo defendem essa posição", diz à reportagem.
ANUPAM CHANDER - Eu acredito que a principal motivação é que o TikTok representa um risco de propaganda -talvez ele comece a promover uma agenda alinhada com o Partido Comunista da China, ou a passar secretamente informações sobre os americanos para o governo chinês.
Esses são os principais riscos descritos: propaganda e vigilância.
Houve um briefing confidencial no Congresso feito pelo governo Biden [sobre o TikTok], mas nenhuma dessas evidências foi tornada pública. Eu não confio em nenhuma evidência que não seja tornada pública.
Fonte: POR FOLHAPRESS